Ferramenta de Inteligência Artificial da Sigria analisou imagens de satélites e constatou redução de 9 mil hectares de floresta na Amazônia em 8 anos. Além do desmatamento, a agtech identificou que essas áreas não estavam no CAR
A agtech Sigria desenvolveu uma ferramenta de Inteligência Artificial que analisa imagens de satélite para detecção de áreas desmatadas. Com ela, uma área experimental de 157 mil hectares na Amazônia foi monitorada, analisando imagens de satélite capturadas entre janeiro de 2016 e agosto de 2024.
A análise revelou uma diminuição na área de floresta, de 151 mil hectares, registrados em 2016, para 142 mil hectares, em agosto de 2024, o que equivale a uma perda de aproximadamente 9 mil hectares. Comparativamente, essa área desmatada equivale a cerca de 12.600 campos de futebol.
Além da identificação das áreas desmatadas, a ferramenta de IA revelou que nenhuma das áreas desmatadas estava registrado no Cadastro Ambiental Rural (CAR).
“Isso sugere que as atividades de desmatamento podem ter ocorrido de forma irregular, sem declaração oficial, reforçando a necessidade de ferramentas eficazes para monitorar e fiscalizar essas áreas. Sem registros no CAR, fica mais difícil responsabilizar e tomar medidas legais contra essas práticas, o que aumenta a urgência de ferramentas como essa serem implementadas em organizações vigilantes da floresta”,
explica Yury Duarte, cofundador da Sigria.
A ferramenta fornece dados precisos e em tempo real, ajudando na detecção e prevenção do desmatamento, promovendo a conservação e facilitando o desenvolvimento de políticas públicas eficazes para proteger a floresta e suas comunidades. Até recentemente, a identificação de áreas desmatadas dependia de monitoramento manual, que era limitado, caro e demorava para reagir às mudanças no terreno.
Estimativas feitas com dados que quantificavam a densidade florestal média na Amazônia entre 300 e 400 m³/ha, sugerem que em uma área desmatada de 9 mil hectares, pode-se extrair uma enorme quantidade de madeira de até 2,7 milhões de metros cúbicos, o suficiente para encher mais de 1.000 caminhões de carga. Mas o valor real pode ser ainda maior, dependendo do tipo de árvore predominante na região e do método de extração utilizado.
Segundo Duarte, ferramentas de IA representam um marco no monitoramento ambiental, dando um salto na eficiência e na precisão da detecção de desmatamento.
“Ao combinar dados de diferentes fontes, essa tecnologia permite uma ação abrangente e detalhada. O uso de IA no monitoramento e na conservação das florestas é um exemplo de como a inovação pode ser aliada da preservação ambiental”,
conclui.
Com informações da Sigria