Artigo publicado na Nature Sustainability usou sensoriamento remoto para mapear a perda da floresta
Cientistas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Fundação SOS Mata Atlântica e Universidade de São Paulo (USP) apontam padrões alarmantes na perda de florestas maduras, classificação dada à vegetação que estava íntegra até 1989, quando iniciou o mapeamento por satélites das áreas com copa densa de árvores e sem sinais de degradação.
Publicado na última quinta-feira (13/2) pela Nature Sustainability, uma das mais importantes revistas de publicações científicas do mundo, o estudo analisa o desmatamento da floresta considerada a mais antiga da América do Sul. Mais raras e ricas em biodiversidade, as florestas maduras da Mata Atlântica estão desaparecendo em um ritmo preocupante.
De 2010 a 2020, foram 1,9 mil quilômetros quadrados perdidos. Segundo o estudo, o desmatamento diminuiu na maioria dos estados do Sudeste, enquanto no Centro-Oeste, Sul e na maioria dos estados do Nordeste houve aumento.

Embora registrado em todos os 17 estados que abrigam Mata Atlântica, o desmatamento se concentrou na Bahia (26%) e Minas Gerais (34%), responsáveis por mais da metade de toda a área de floresta madura perdida no período avaliado.
A Mata Atlântica brasileira tem importância global em biodiversidade e abriga um elevado número de espécies. No entanto, uma longa história de ocupação e remoção da vegetação nativa deixou apenas 24% da cobertura florestal original.
“De 2010 a 2020, foram detectados 14.401 polígonos de desmatamento, resultando em uma perda de 186.289 hectares. Essas perdas ocorreram principalmente em terras privadas para expansão agrícola, mas também em áreas protegidas e terras indígenas”,
diz Silvana Amaral, pesquisadora do INPE e uma das responsáveis pelo estudo.
O trabalho ainda aponta que a perda da floresta nativa deixa o bioma enfraquecido para enfrentar as alterações climáticas, exigindo a implementação urgente de medidas para o incentivo de ações voltadas a conter o desmatamento.
Confira aqui o artigo publicado na revista Nature Sustainability
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