As observáveis utilizadas no posicionamento com GNSS são obtidas em função da velocidade e do tempo de propagação dos sinais emitidos pelos satélites. Se tais sinais se propagassem no vácuo, a velocidade de propagação seria igual à velocidade da luz neste meio. No entanto, durante a propagação entre a antena dos satélites e a antena do receptor, os sinais GNSS interagem com partículas eletricamente carregadas, bem como com moléculas e átomos neutros, presentes na atmosfera. Isto causa refração e distúrbios na potência e na forma do sinal do sinal que provocam variações na velocidade, na amplitude, na fase e na direção de propagação, as quais deterioram a qualidade do posicionamento. Embora a atmosfera afete negativamente o posicionamento por satélites, os sinais GNSS vem sendo utilizados como sensores deste meio.
Esta pesquisa visa mostrar a evolução da capacidade de monitoramento da ionosfera a partir da RBMC desde sua implantação em 1996 até dezembro de 2012, onde são avaliados o impacto da densificação das estações, bem como da inclusão dos satélites GLONASS sobre a quantidade e cobertura temporal de pontos ionosféricos.