Reunindo atualmente mais de 70 conjuntos de dados (sendo 13 relacionados a informações climáticas), a IDE-MS permite integrar informações de múltiplas fontes oficiais, como IBGE, INPE, INMET e Cemaden
A Infraestrutura de Dados Espaciais do Ministério da Saúde (IDE-MS) é uma plataforma pública e aberta (baseada em open source), que se propõe a organizar, estruturar, catalogar e disponibilizar, de forma padronizada, dados geoespaciais, climáticos e epidemiológicos, funcionando como como um grande repositório de dados confiáveis e um portal de acesso a informações relevantes e com localização geográfica definida.
Reunindo atualmente mais de 70 conjuntos de dados (sendo 13 relacionados a informações climáticas), a IDE-MS permite integrar informações de múltiplas fontes oficiais, como IBGE, INPE, INMET e Cemaden. Essa integração fortalece a capacidade do Estado de monitorar doenças, planejar serviços, analisar riscos e subsidiar políticas públicas.
A Plataforma, que volta a inserir o MS (depois de 10 anos de hiato) no contexto da Infraestrutura Nacional de Dados Espaciais (INDE), promove gestão territorial da saúde baseada em evidências e contribui para análises sobre a relação entre clima e saúde, apoiando ações estratégicas como monitoramento de surtos, identificação de áreas de risco e planejamento de intervenções eficazes.
O lançamento oficial, incluído nas entregas do MS para a COP 30, aconteceu ontem (12/11) no painel temático interdisciplinar de Transformação digital sustentável e inclusiva no SUS, no Estande do Instituto Evandro Chagas (Zona Verde).
Por dentro da IDE-MS
A Infraestrutura de Dados Espaciais do Ministério da Saúde (IDE-MS) é uma plataforma que visa organizar, estruturar, catalogar e disponibilizar, de forma padronizada, os dados geoespaciais (dados com referência geográfica, como mapas, imagens de satélite e coordenadas) relacionados à saúde pública no Brasil.
Em termos simples, a IDE-MS funciona como um grande repositório de dados confiáveis e um portal de acesso a informações que têm localização conhecida e são relevantes para a área da saúde.

A IDE-MS objetiva tornar o acesso e o uso de informações geoespaciais mais eficiente e acessível, facilitando a criação de mapas temáticos. Dessa forma, órgãos e instituições podem visualizar, analisar e compartilhar dados espaciais padronizados, garantindo que as informações sejam usadas de maneira consistente e integrada. Com os dados disponíveis na IDE-MS é possível:
- Integração e interoperabilidade: A IDE-MS permite que diferentes instituições compartilhem e utilizem os dados de forma integrada, garantindo maior alinhamento entre sistemas e facilitando a tomada de decisão.
- Visualização e análise: Usuários podem acessar mapas, consultar informações espaciais e cruzar dados para apoiar estudos, planejamento e políticas públicas.
- Acesso a geosserviços: A plataforma disponibiliza serviços padronizados pelo OGC (Open Geospatial Consortium), permitindo a utilização dos dados em diferentes aplicações e ferramentas.
Além de facilitar o acesso e o uso (e reuso) de geoinformações, evitando a duplicação de esforços na produção de dados e garantindo a interoperabilidade (ou seja, a capacidade de diferentes sistemas e dados trabalharem juntos), no contexto da saúde, a IDE-MS permite, por exemplo:
- Monitoramento de Doenças: Analisar a distribuição geográfica de arboviroses (como dengue, zika, chikungunya, malária, etc), doenças infecciosas causadas por vírus respiratórios como Gripe (Influenza) e COVID-19, doenças de veiculação hídrica como hepatite A e leptospirose e outros agravos de saúde.
- Planejamento de Serviços: Mapear a distribuição de unidades de saúde (como UBS e UPA), equipes de Saúde da Família e outros recursos para otimizar o planejamento e a alocação de investimentos.
- Análise de Riscos: Identificar áreas de risco ambiental ou social que podem afetar a saúde da população.
- Apoio a Políticas Públicas: Fornecer dados concretos para a gestão e formulação de políticas de saúde, como a territorialização e o cadastramento da população.
Em resumo, a IDE-MS é uma infraestrutura essencial para consolidar e democratizar o acesso aos dados geoespaciais da saúde, promovendo integração e melhor uso das informações no setor, além de oferecer informações atualizadas e ferramentas para a visualização de dados em saúde, empoderando profissionais, gestores, pesquisadores e a sociedade.
Utilizando dados de diversas fontes oficiais, internas e externas — como IBGE, INPE, INMET e Cemaden — a IDE-MS reúne atualmente 73 conjuntos de dados, dos quais 13 são relacionados a informações climáticas.
A presença de conjuntos de dados climáticos e de saúde na Infraestrutura de Dados Espaciais do Ministério da Saúde (IDE-MS) fortalece significativamente sua capacidade de apoiar ações estratégicas no setor público. Ao integrar informações ambientais com indicadores epidemiológicos, a plataforma permite análises mais precisas sobre a relação entre clima e ocorrência de doenças, como arboviroses e enfermidades de veiculação hídrica. Essa combinação de dados facilita o monitoramento de surtos, a identificação de áreas de risco e o planejamento de intervenções mais eficazes, promovendo uma gestão territorial da saúde baseada em evidências e alinhada às dinâmicas ambientais.
É, portanto, um componente vital para a utilização do geoprocessamento e de Sistemas de Informações Geográficas no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), contribuindo para uma gestão mais eficiente e baseada em evidências espaciais. Ela faz parte da iniciativa maior do governo federal, a Infraestrutura Nacional de Dados Espaciais (INDE), que organiza, padroniza e compartilha todos os dados geoespaciais produzidos pelo governo brasileiro.
Com informações do MS
Imagem de capa: Pixabay
